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Saiba alguns nomes que podem suceder o papa Francisco

Já são conhecidos alguns nomes que podem vir a ocupar o lugar mais importante da Igreja Católica

O pontífice, de 88 anos, morreu em sua residência oficial na Casa Santa Marta, no Vaticano, em Roma
O pontífice, de 88 anos, morreu em sua residência oficial na Casa Santa Marta, no Vaticano, em Roma -

Publicado Por João Iansen

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Com a morte do Papa Francisco, chega o momento de escolher o seu sucessor e já são conhecidos alguns nomes que podem vir a ocupar o lugar mais importante da Igreja Católica.

A plataforma online Cardinalii Collegii Recensio (em português O Colégio dos Cardinais: uma resenha), que é liderada por uma equipa de jornalistas e especialistas em assuntos do Vaticano, organizou uma lista de vários nomes que constam como possíveis escolhas.

Péter Erdő, 72 anos, Hungria

Péter Erdő.
Péter Erdő. |  Foto: Denes Erdos/AP.
 

É defensor da estrutura hierárquica da Igreja e vê a Eucaristia e o sacerdócio como intimamente relacionados. Opõe-se ao celibato opcional para padres e deu grande ênfase à Nova Evangelização e ao ministério para a juventude. É contra a união homossexual, mas favorece o apoio pastoral.

Em questões relativas à imigração, transmite uma abordagem equilibrada. Reconhece o direito de migrar, mas fala dos perigos de integrar refugiados sem colocar em risco a estabilidade política.

Tem uma visão positiva da igreja ortodoxa, apoiando o diálogo com religiões não cristãs. Nega o universalismo, no entanto, acredita que todos podem ser salvos. É a favor do acompanhamento pastoral para divorciados “recasados”, mas só nos casos em que não há nenhuma dúvida sobre o ensinamento da igreja.

Matteo Zuppi, 69 anos, Itália

Matteo Zuppi.
Matteo Zuppi. |  Foto: Alexander Zemlianichenko/AP.
 

Muitas vezes apelidado de “padre da rua”, a sua abordagem foca-se em rejeitar o ódio, abraçando o pluralismo religioso. Nomeado arcebispo pelo Papa Francisco, é uma pessoa empenhada em aderir à visão deste pontificado e em vê-la concretizada.

Realizou alianças com a política de esquerda italiana, elogiou dois radicais de extrema-esquerda e pró-aborto durante os seus funerais e incorporou na Arquidiocese de Bolonha um padre comunista que concorreu ao Parlamento Europeu.

Matteo Zuppi é defensor do acolhimento dos homossexuais e do amor entre pessoas do mesmo sexo. Apesar das tendências progressistas, é alguém que tenta manter o diálogo com os que defendem a tradição na Igreja Católica.

Robert Sarah, 79 anos, Guiné

Robert Sarah.
Robert Sarah. |  Foto: Jun Sato/GettyImages.
 

Aos 34 anos foi nomeado arcebispo de Conacri, tornando-o no bispo mais jovem do mundo. Em 2013, participou no conclave que elegeu o Papa Francisco.

Num livro que escreveu em co-autoria com o Papa emérito Bento XVI mostra-se contra ordenar mulheres diáconos, dizendo que essa questão foi excluída da igreja.

Robert Sarah opõe-se à abolição do celibato sacerdotal e à bênção a casais do mesmo sexo, tornando-se um dos críticos mais vociferantes da Fiducia Supplicans (um documento aprovado pelo Papa Francisco sobre as chamadas "relações irregulares", ou seja, aqueles que estabelecem um vínculo monogâmico, que perdura no tempo, mas que não contraíram matrimônio).

Luis Antonio Tagle, 67 anos, Filipinas

Luis Antonio Tagle.
Luis Antonio Tagle. |  Foto: Alessandra Tarantino/AP.
 

Aclamado por alguns como o “Francisco Asiático”, já foi considerado em tempos como o preferido a suceder ao Papa. O seu caráter brincalhão torna-o numa pessoa mais perto do povo.

É um defensor das causas populares como, por exemplo, as que estejam relacionadas com a ecologia. Em 2019 teve uma participação ativa no controverso ritual Pachamama nos Jardins do Vaticano.

Por vezes, as suas posições são dúbias. Por exemplo, ainda não fez nenhuma declaração pública sobre o Fiducia Supplicans. No entanto, as suas posições geralmente progressistas e pró-Francisco dão a indicação que muito provavelmente apoiará a bênção de casais do mesmo sexo.

Malcolm Ranjith, 77 anos, Sri Lanka

Malcolm Ranjith.
Malcolm Ranjith. |  Foto: Eranga Jayawardena.
 

Assim como o Papa, compartilha uma preocupação com os pobres. No entanto, há assuntos em que o distanciamento é total. Por exemplo, acredita na pena de morte para certos casos, favorece o capitalismo ético e rejeita o socialismo.

Tem sido um defensor da "reforma da reforma", ao mesmo tempo que favorece um "retorno à verdadeira liturgia da Igreja". Acredita nas reformas do Concílio Vaticano II e adota uma abordagem pós-conciliar pronunciada à liberdade religiosa.

Pietro Parolin, 70 anos, Itália

Pietro Parolin.
Pietro Parolin. |  Foto: Andrew Medichini/AP.
 

Considerado, por muitos, como uma figura confiável e confiante no cenário mundial, está numa trajetória semelhante à do ex-diplomata Papa São Paulo VI. É especialista em questões relativas ao Médio Oriente e à situação geopolítica do continente asiático.

Ainda há dúvidas sobre a sua posição sobre a contraceção, mas em relação à liturgia tradicional aquilo que acredita é claro: é contra um “novo paradigma” para a Igreja, um que é descentralizado, mais global e sinodal.

Um dos problemas que levanta para os críticos é sua falta de experiência pastoral.

Pierbattista Pizzaballa, 59 anos, Itália

Pierbattista Pizzaballa.
Pierbattista Pizzaballa. |  Foto: Alaa Badarneh/AP.
 

As suas posições não são muito conhecidas, mas, pelo pouco que se sabe, é possível perceber o desejo de respeitar as tradições e as práticas da igreja ortodoxa, ao mesmo tempo que está aberto à modernidade.

Tem várias semelhanças com o Papa Francisco, desde logo a preocupação com os migrantes e o diálogo inter-religioso.

Acredita que a igreja é aberta a todos, mas isso não significa que "pertença a todos". Enfatiza a importância da justiça social, direitos e deveres, mas sublinha que o "ponto de partida tem que ser a fé".

Fridolin Ambongo Besungu, 65 anos, República Democrática do Congo

Fridolin Ambongo Besungu.
Fridolin Ambongo Besungu. |  Foto: Mondadori Portfolio/GettyImages.
 

Foi criado cardeal pelo Papa Francisco durante o consórcio de cinco de outubro de 2019 e no ano seguinte foi nomeado pelo Santo Padre para o Conselho dos Cardeais.

Fridolin Ambongo Besungu descreve-se a si próprio como uma “sentinela” e critica abertamente o Governo. Tem uma posição clara quando se trata de questões políticas e de justiça social.

Defende a família, o celibato sacerdotal e a doutrina moral da Igreja. É conhecido por ter resistido à Fiducia Supplicans, e negociou habilmente com o Vaticano uma opção de não participação na declaração.

Willem Eijk, 71 anos, Holanda

Willem Eijk.
Willem Eijk. |  Foto: Andrew Medichini/AP.
 

É visto como solidamente ortodoxo e pró-vida. Devido à sua experiência como médico e teólogo moral, já falou de questões relativas à eutanásia e à fertilização in vitro. Defende os ensinamentos da igreja e é contra o divórcio e as relações homossexuais.

A insistência nos ensinamentos de Cristo sobre um sacerdócio celibatário exclusivamente masculino tem sido visto, por alguns, com uma sinal de contradição.

Fala com clareza sobre as diferenças entre o islamismo e o cristianismo. Valoriza a reverência na liturgia, no entanto, têm-se mantido fora da questão de restringir a missa tradicional ao latim.

Anders Arborelius, 75 anos, Suíça

Anders Arborelius.
Anders Arborelius. |  Foto: picture alliance/GettyImages.
 

Defende não só os ensinamentos da Igreja sobre a vida como o celibato sacerdotal e opõe-se à ordenação de mulheres.

Olha com pragmatismo para as questões relacionadas com diálogo inter-religioso, no entanto, opõe-se a que pessoas não-católicas recebam a Eucaristia.

Tem uma forte preocupação com o meio ambiente e apoia a lei internacional contra o “ecocídio”. Alia-se com o Papa Francisco nos pensamentos relativos à migração. Relativamente à liturgia, tem-se juntado aos que querem celebrar a missa tradicional em latim.

Charles Bo, 76 anos, Mianmar

Charles Bo.
Charles Bo. |  Foto: Andrew Medichini/AP.
 

É um homem de vários ofícios. Assim como João Paulo II, também ele é dramaturgo. Aliado a isso, tem um especial gosto pelo desporto, jogando futebol e basquetebol com outros padres.

Nas suas declarações públicas, foca o discurso na justiça e na paz, não abordando, frequentemente, questões relativas a temas polêmicos da Igreja.

Apesar de nunca ter expressado a sua opinião, aqueles que o conhecem dizem não é a favor de ordenar mulheres, tornar o celibato sacerdotal uma opção e dar a bênção a casais do mesmo sexo.

Jean-Marc Aveline, 66 anos, França

Jean-Marc Aveline.
Jean-Marc Aveline. |  Foto: Andrew Medichini/AP.
 

Mantém sempre uma atitude cautelosa relativamente a assuntos que podem criar controvérsia dentro da Igreja. Por isso, não é conhecida a sua opinião sobre a ordenação de mulheres, o celibato sacerdotal, o acesso à comunhão para divorciados recasados, ou a união de pessoas do mesmo sexo. ​​

Esta forma de agir faz com que passe uma imagem de figura liberal, mas consensual.

Favorece a descentralização radical da Igreja, dizendo que o centro de gravidade da Igreja não está nela mesma, mas no relacionamento de Deus com o mundo.

Tolentino de Mendonça, 59 anos, Portugal

Tolentino de Mendonça.
Tolentino de Mendonça. |  Foto: Franco Origlia/GettyImages.
 

Ainda que não esteja nos 12 primeiros lugares da lista Cardinalium Colleggi Recensium, o cardeal português é uma das figuras que consta na lista como possível escolha para suceder ao Papa Francisco no mais importante cargo da Igreja Católica.

Nasceu no Funchal e é ligado à ala progressista da Igreja. Ao longo da sua vida sacerdotal, atraiu alguma controvérsia. Apesar de nunca ter falado sobre o assunto, simpatiza com abordagens heterodoxas e tolerantes à homossexualidade.

É descrito como uma figura emergente na religião católica, com uma estreita afinidade com o Papa Francisco. É poeta e amante da literatura.

Com informações: Sic Notícias.

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